Conscientização sobre prevenção e doação de medula óssea são principais objetivos da campanha Fevereiro Laranja
O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que, todos os anos, o Brasil registre cerca de 10 mil novos casos de leucemia. Há pelo menos 12 subtipos da doença, caracterizada como câncer no sangue, sendo a mais comum a Leucemia Linfoide Aguda (LLA), que atinge 80% dos pacientes. Como o nome sugere, os sintomas aparecem de forma rápida e a ação médica deve ser tão ágil quanto – é aí que surgem alguns desafios. A demora para procurar um médico, assim como para obter um diagnóstico preciso, é responsável pela rápida evolução do quadro. Por isso, o Ministério da Saúde criou o Fevereiro Laranja, campanha nacional para conscientizar a população acerca dos cuidados preventivos. O principal deles é fazer check-ups periódicos, especialmente o hemograma. Como em geral a doença não é genética, somente o exame de sangue ajuda a identificar possíveis alterações. “A melhor forma de prevenir é fazer consultas periódicas com um clínico geral. Como a leucemia é adquirida ao longo da vida, muitas vezes não é possível determinar a causa, então o exame de sangue é fundamental”, explica o médico hematologista – Dr. Eduardo Ciliao Munhoz (CRM – 17871 RQE – 13130 / 23855 / 25644), do Instituto de Oncologia do Paraná (IOP).
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O profissional, que atende na área de oncologia clínica do instituto, também destaca que é importante prestar atenção aos sintomas: anemia, infecção de repetição e sangramento são os mais comuns e muitas vezes podem ser confundidos com doenças de rotina. “O Fevereiro Laranja é uma oportunidade de pensar nas doenças relacionadas ao sangue, especialmente na leucemia aguda, porque ela pode ser grave e fatal”, alerta.
Tratamento depende do tipo de leucemia
Apesar do quadro grave, a leucemia é curável. O INCA estima que a taxa de cura no Brasil é em torno de 70%. Tudo depende da assertividade do diagnóstico e do tipo de tratamento, que varia de acordo com o paciente. Foi assim com a enfermeira Mayara Majevski: aos 12 anos, ela recebeu o diagnóstico de Leucemia Mieloide Aguda (LMA), um subtipo da doença que afeta 20% das crianças com câncer de sangue. O tratamento, realizado em um hospital pediátrico de Curitiba, permitiu que Mayara não apenas recuperasse a saúde, mas escolhesse trabalhar com enfermagem. “A leucemia foi uma virada de chave na minha vida. Com pouca idade e compreensão limitada, eu tive grandes desafios que foram enfrentados com coragem e vontade de viver. A perseverança, a presença de pessoas importantes na minha vida e principalmente o acolhimento e cuidado dos profissionais que estiveram comigo nessa jornada fizeram toda a diferença no sucesso do tratamento”, relembra.
Fevereiro Laranja busca visibilidade para doação voluntária de medula óssea
Nem toda leucemia precisa de transplante de medula. No caso da Mayara, foram dois anos de quimioterapia. O médico hematologista Dr. Eduardo destaca que o tratamento depende do tipo de leucemia. “A equipe médica faz o protocolo o mais personalizado possível. “Há pacientes que se curam apenas com quimioterapia, enquanto outros vão precisar de transplante de medula óssea”, diz. Um dos objetivos do Fevereiro Laranja também é aumentar o número de doadores – para que um paciente encontre uma medula compatível, quanto maior o banco de doadores, melhor. Atualmente, o Ministério da Saúde tem um banco de dados chamado REDOME (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea), com 5,5 milhões de pessoas cadastradas. É o terceiro maior número registrado no mundo, mas é possível aumentar esse dado e, assim, contribuir para que mais pacientes tenham acesso ao transplante. Para se cadastrar é preciso ter entre 18 e 35 anos, não ter doenças impeditivas e coletar uma amostra de sangue no Hemobanco mais próximo. No Hemobanco também é possível doar sangue e plaquetas necessários para o tratamento dos pacientes de leucemia.
“Ter uma campanha que fale sobre a gravidade da leucemia e que ela pode ser mais facilmente diagnosticada, tratada e elevar as chances de cura do paciente é essencial”, reforça o médico hematologista da clínica oncológica IOP. Entre adultos, a leucemia é o 9º tipo de câncer que mais afeta homens e o 11º que mais atinge mulheres. “Recomendamos prestar atenção aos sintomas rápidos e persistentes, que incluem também febre, fadiga extrema e machucados que não cicatrizam: esse é o alerta que deixamos para todas as pessoas, tanto adultos quanto crianças”, completa.
A leucemia é o câncer mais comum na infância – e muitas situações difíceis podem ter o mesmo desfecho da história da Mayara, que hoje é enfermeira no Instituto de Oncologia do Paraná. “Foi uma construção diária para que tudo fosse melhorando. Estou certa de que o cuidado dos profissionais de saúde foi importante nesse processo e um incentivador para que eu escolhesse a enfermagem. Me sinto muito realizada em cuidar, ser ouvinte e acolher os pacientes e seus familiares que passam por esse tratamento”, finaliza.
Sobre o Instituto de Oncologia do Paraná
O IOP faz parte de um seleto grupo que integra a Rede Einstein de Oncologia e Hematologia. IOP e Rede Einstein compartilham da mesma filosofia de cuidado, prezando pela qualidade e segurança do paciente com o melhor da tecnologia para o tratamento contra o câncer.
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