Mais da metade de todos os cânceres são evitáveis com a adoção de um estilo de vida saudável e submetendo-se a exames de rotina. Câncer de mama, de colo do útero e colo retal, podem ser tratados com sucesso quando detectados precocemente.
Milhões de pessoas em todo o mundo, no entanto, não têm acesso a cuidados adequados – não dispõem de informações confiáveis sobre comportamentos que aumentem a chance de contrair câncer, não têm acesso aos serviços de saúde quando surgem os primeiros sintomas da doença nem recebem tratamento e apoio oportunos se um câncer for diagnosticado.
Renda, educação, localização geográfica e discriminação com base na etnia, raça, gênero, orientação sexual, idade, deficiência e estilo de vida são apenas alguns dos fatores que geram desigualdade no acesso aos serviços de saúde. Os grupos mais desfavorecidos também são mais propensos a ter maior exposição a uma série de outros fatores de risco, como tabaco, dieta não saudável ou riscos ambientais.
Abordar os fatores socioeconômicos que causam problemas de saúde e resultam em iniquidades é crucial para que todos alcancem o mais alto padrão possível de saúde a que têm direito.
Coletivamente, as desigualdades podem ser reduzidas ao:
– educar as pessoas sobre a prevenção do câncer;
– capacitar os profissionais de saúde, inclusive sobre como a desigualdade influencia o tratamento do câncer;
– fortalecer a atenção primária à saúde prestada nas comunidades;
– abordar por meio de políticas e programas alguns dos fatores sociais e econômicos que podem afetar negativamente a saúde das pessoas;
– aumentar os recursos, financeiros e humanos, dedicados à pesquisa e monitorar a carga da doença para que os investimentos sejam usados de forma mais eficaz;
– implementar planos de prevenção e controle do câncer que atendam às necessidades e aos recursos exclusivos de cada país.
Como indivíduos, também temos um papel importante a desempenhar. Ao levantar nossas vozes e pressionar os governos a abordar as causas profundas dessas desigualdades, a tratar o câncer como um importante problema de saúde e ao desafiar o estigma e a discriminação em todas as suas formas.
Câncer nas Américas
Na região das Américas, o câncer é a segunda principal causa de morte. Estima-se que 4 milhões de pessoas foram diagnosticadas recentemente e 1,4 milhão de pessoas morreram da doença em 2020. Aproximadamente, 57% dos novos casos de câncer e 47% das mortes por câncer ocorreram em pessoas com 69 anos de idade ou menos, no auge de suas vidas.
Os tipos de câncer mais diagnosticados entre os homens são: próstata (21,7%), pulmão (8,9%), colo retal (7,8%), bexiga (4,5%) e melanoma da pele (3,4%). Entre as mulheres, os tipos com maior incidência são: mama (25,4%), pulmão (8,5%), colo retal (7,9%), tireoide (5%) e cervical (3,8%).
Os tipos de câncer com maior mortalidade em homens são: pulmão (18%), próstata (11,1%), colo retal (9,4%), fígado (6,1%) e estômago (5,6%). Os que mais causam mortes entre as mulheres são: mama (13,2%), pulmão (12,3%), colo retal (7%), cérvico-uterino (5,3%) e ovário (3,9%).
A data comemorativa que ocorre anualmente em 04 de fevereiro é uma iniciativa global da União Internacional para o Controle do Câncer (UICC), com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS), e busca promover ações de combate à doença, além de alertar para a conscientização global sobre o tema.
Porém, mesmo com campanhas preventivas, a estimativa de novos casos de câncer provoca preocupação das autoridades de saúde. Para o triênio 2020-2022, são estimados 625 mil novos casos ao ano. Em 2021, o câncer de mama ultrapassou o câncer de pulmão como o tipo mais recorrente no mundo depois de 20 anos.
Em abril de 2021, a Union for International Cancer Control (UICC) publicou o relatório “The Social Determinants of Health and Cancer”. O documento analisou fatores socioeconômicos e culturais, incluindo estigma e discriminação, que podem afetar gravemente a forma como a saúde de uma pessoa é gerenciada e, no caso de câncer, muitas vezes suas chances de sobrevivência.
Uma versão atualizada do relatório será publicada antes do Dia Mundial do Câncer e, impulsionada pelo tema da equidade, oferece exemplos inspiradores, pragmáticos e bem-sucedidos de iniciativas de organizações membros da UICC em todo o mundo destinadas a reduzir as desigualdades na prestação de serviços de saúde.
A incidência, a morbidade hospitalar e a mortalidade são medidas de controle para a vigilância epidemiológica que permitem analisar a ocorrência, a distribuição e a evolução das doenças.
Conhecer informações sobre o perfil dos diferentes tipos de câncer e caracterizar possíveis mudanças de cenário ao longo do tempo são elementos norteadores para o planejamento eficiente e efetivo dos programas de prevenção e controle de câncer no Brasil.
Câncer é um termo que abrange mais de 100 diferentes tipos de doenças malignas que têm em comum o crescimento desordenado de células, que podem invadir tecidos adjacentes ou órgãos a distância. Dividindo-se rapidamente, estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores, que podem espalhar-se para outras regiões do corpo.
Fontes:
Instituto Nacional de Câncer (INCA)
Organização Pan-americana da Saúde (OPAS)
Union for International Cancer Control (UICC)
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