Segundo dados do Censo Demográfico 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem 11.403 favelas, onde vivem cerca de 16 milhões de pessoas, em um total de 6,6 milhões de domicílios. Com o objetivo de compreender as percepções relacionadas ao câncer entre os moradores de favelas brasileiras, apresentamos a pesquisa Oncoguia “Percepções e prioridades do câncer nas favelas brasileiras”, realizada pelo DataFavela.
A pesquisa escutou 2963 pessoas, maioria de raça negra, classes D e E, de todas as regiões do país, entre os dias 18/01 a 01/02/2023. Buscamos entender as percepções desses moradores de favelas sobre câncer, sua incidência no ciclo social próximo, hábitos de saúde preventiva e prioridades consideradas para a saúde pública.
O público escutado pela pesquisa depende exclusivamente do SUS (82%) e explicita os desafios de falta de acesso à infraestrutura que o Sistema ainda possui, principalmente para essa população. Os dados revelam que 7 em cada 10 moradores de favelas não tem acesso a exames e médicos. E também que 66% têm familiares e 44% amigos que morreram da doença.
Moradores afirmam que levam até 1 hora para chegar na UBSs e UPAs (81%), que não têm acesso a equipamentos e instituições de saúde (69%) e não encontram médicos nas UBS e postos de saúde na maioria das vezes, além dos exames demorarem muito para serem agendados e realizados (73%).
Para Luciana Holtz, fundadora e presidente do instituto Oncoguia, há necessidade de se melhorar o acesso, mas também a disponibilidade de profissionais e serviços. “E paralelamente, temos que pensar em ações que minimizem as barreiras econômicas, sociais e culturais que aparecem de forma prioritária na pesquisa: 85% concordam que se tivessem mais dinheiro e 44% que se tivessem com quem deixar os filhos, que poderiam fazer exames de rotina com mais frequência. Mais da metade ainda tem medo do diagnóstico do câncer”, afirma.
Reunimos os principais achados da Pesquisa e as informações coletadas na apresentação abaixo. Confira.
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